Em 1967, Tom Jobim criava uma de suas mais importantes obras, a valsa Children’s Games. Ao ouví-la é possível perceber, em cada detalhe, seja do andamento em ritmo ternário à envolvente melodia do piano do maestro, a busca – e o encontro – da perfeição.
Tom Jobim (Elis Regina)
“Olha, está chovendo na roseira
Que só dá rosa, mas não cheira
A frescura das gotas úmidas
Que é de Luisa
Que é de Paulinho
Que é de João
Que é de ninguém
Pétalas de rosa carregadas pelo vento
Um amor tão puro carregou meu pensamento
Olha, um tico-tico mora ao lado
E passeando no molhado
Adivinhou a primavera
Olha que chuva boa prazenteira
Que vem molhar minha roseira
Chuva boa criadeira
Que molha a terra
Que enche o rio
Que limpa o céu
Que traz o azul
Olha o jasmineiro está florido
E o riachinho de água esperta
Se lança em vasto rio de águas calmas
Ah, você é de ninguém
Ah, você é de ninguém”
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Em 1967, Tom Jobim criava uma de suas mais importantes obras, a valsa Children’s Games. Uma composição linda do início ao fim, com arranjos brilhantes de Eumir Deodato e a participação do músico Joe Farrell. Ao ouví-la é possível perceber, em cada detalhe, seja do andamento em ritmo ternário à envolvente melodia do piano do maestro, a busca – e o encontro – da perfeição.
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Após sete anos, a música instrumental, que já era sublime, tornou-se então extraordinária ao receber letra e voz de Elis Regina. E é assim renomeada “Chovendo na Roseira”.
Não haveria melhor letra para tal melodia, nem melodia melhor para tal letra. Encontro perfeito, e, mais uma vez , ambos os artistas se destacam por sua excelência. Com a parceria a música cresceu e ganhou presença, mas com muita graça e sutileza.
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Não por outra razão o disco virou uma obra memorável da música brasileira.
“Chovendo na Roseira” merece ser ouvida, revisitada, estudada e admirada, em todas as suas versões.